Mal de Parkinson

Novo método para atacar a causa do mal de Parkinson

No Brasil e em diversos outros países em desenvolvimento, o aumento da população idosa vem ocorrendo de forma muito rápida, sem a correspondente modificação nas condições de vida.

Problemas de saúde, como doenças infectocontagiosas e parasitárias ainda persistem sem solução, bem como as doenças crônicas não-transmissíveis, cuja incidência aumenta, ocupando lugar de destaque no perfil de mortalidade desses países. Em nosso país, o desenvolvimento de doenças, incapacidades e dependência física tem sido mais frequente dentre aqueles indivíduos de baixa renda.

A doença de Parkinson é uma doença incapacitante, neurodegenerativa e progressiva. É caracterizada, principalmente, pela presença de rigidez, tremor e bradicinesia, sendo um dos distúrbios do movimento mais encontrados na população idosa. A prevalência tem sido estimada entre 85 e 187 casos por 100.000 pessoas, e a incapacidade funcional produzida pela doença é comparável à causada pelos acidentes vasculares encefálicos.

O mal de Parkinson é um distúrbio motor causado pela perda de um subconjunto específico de neurônios localizado no mesencéfalo. Embora os mecanismos subjacentes que levam à morte desses neurônios ainda não sejam bem compreendidos, uma das principais teorias é que eles morrem à medida que acumulam agregados proteicos.

Pesquisadores do Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genética (DPAG) de Oxford, identificaram uma disfunção de uma proteína-chave, LRRK2, que faz com que os neurônios afetados pelo mal de Parkinson percam sua capacidade de eliminar efetivamente os componentes celulares que foram danificados. Assim, a equipe encontrou uma nova maneira de direcionar e corrigir esse problema, abrindo caminho para um possível novo tratamento clínico.

Evidências apontam para os lisossomos, a organela celular nos neurônios responsáveis ​​por eliminar o desperdício, como um dos principais responsáveis ​​pela progressão do mal de Parkinson. Os lisossomos não funcionam bem o suficiente naqueles com a condição, o que faz com que os componentes celulares danificados se acumulem.

Cerca de 10% dos casos de Parkinson são genéticos, e os lisossomos estão implicados na progressão de condição hereditária ou não. Mutações no gene LRRK2 são a causa genética mais comum do mal de Parkinson, e essas mutações implicam que os lisossomos parem de funcionar corretamente.

Em um novo estudo, o Wade-Martins Group identificou tanto um papel importante da LRRK2 como uma nova maneira de direcionar sua disfunção terapêutica. Os lisossomos precisam ser ácidos para funcionar adequadamente e efetivamente degradar as proteínas residuais, e a pesquisa demonstra que o LRRK2 regula o modo como os lisossomos são ácidos. No Parkinson, o LRRK2 mutado não é capaz de realizar essa função, portanto os lisossomos perdem sua acidez como resultado da disfunção do LRRK2.

Eles também descobriram que uma droga chamada clioquinol, atualmente usada como uma droga antiparasitária, supera o efeito do mutante LRRK2 e restaura a acidez do lisossoma e limpa os agregados de proteína. Consequentemente, a equipe conseguiu restaurar a capacidade dos lisossomas de “absorver esse fardo de proteína patológica” e limpar os agregados de proteínas que estão matando os neurônios.

Estes dados identificam um novo mecanismo de mutações LRRK2 e, finalmente, demonstra a importância de LRRK2 na biologia dos lisossomos, bem como o papel crítico do lisossoma em Parkinson. Este é sem dúvidas um passo importante na para o tratamento do mal de Parkinson.

Fonte: https://noticias.4medic.com.br/mal-de-parkinson/

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