A nossa memória é um elemento fundamental na aprendizagem, consolidação de conhecimentos e vida diária. Quando, por exemplo, armazenamos, recuperamos e evocamos informações previamente adquiridas, estamos a utilizar a memória.
Considera-se que a memória está localizada no cérebro em mais do que um sítio.
A nossa memória é um fenômeno biológico e psicológico e implica o funcionamento conjunto de diversas áreas cerebrais como hipocampo, lobo temporal, amígdala e o tálamo, organizadas numa espécie de circuito(s), onde as memórias podem ser arquivadas, recuperadas e utilizadas.
Com o avançar da idade ocorrem mudanças na estrutura e funcionamento destas áreas, interferindo com a memória, dificultando o processo de aprendizagem e alterando o comportamento.
Existem 2 tipos de memória:
– Memória a curto prazo: dura segundos. É este tipo de memória que utilizamos quando anotamos um número de telefone e em poucos segundos somos capazes de recordar todos os dígitos.
Para que a memória se torne mais duradoura, este tem de ser codificada e consolidada – transformada em memória a longo prazo, que pode durar anos ou até toda a vida.
Existem 2 tipos de memória a longo prazo:
– uma de fatos (aprendidos na escola ou do conhecimento geral) e de acontecimentos de vida da própria pessoa, chamada de memória explícita.
– outra “saber como fazer”- procedimentos e competências – como aprender a andar de bicicleta ou tocar um instrumental musical, chamada de memória implícita.
São várias as condições que podem interferir com a memória, como:
– o envelhecimento normal,
– a fadiga,
– a privação de sono,
– o déficit de vitaminas,
– um traumatismo do crânio,
– as infecções com envolvimento do cérebro,
– as perturbações mentais, por exemplo: ansiedade e depressão e
– as demências, por ex. Doença de Alzheimer.
A demência não é a principal causa de alteração da memória. Há causas reversíveis de alteração da memória, ou seja, diagnosticáveis e tratáveis.
Existe um elevado número de pessoas com quadros de ansiedade e depressão que se queixam de falta de memória, esquecimentos ou de ter “tido uma branca”.
Identifique problemas de saúde
Existem várias condições que contribuem para alteração da memória, tal como já referido anteriormente. Incluem: doenças cardiovasculares, colesterol elevado, tensão arterial alta, diabetes e alterações hormonais (hormônios da tireoide, menopausa). Também a medicação pode contribuir, tanto com receita médica como os ditos “produtos naturais”. Consulte o seu médico de forma a identificar e corrigir alguns destes problemas.
Existem várias formas de cuidar da sua memória, quer como prevenção, quer como tratamento, assim como através de medidas específicas (cérebro) e outras medidas gerais (corpo):
Exercite o seu cérebro
“A função faz o órgão”, a melhor forma de treinar o seu cérebro é exercitando-o.
– Ensine-lhe algo de novo. A novidade estimula, reforça e cria novos circuitos cerebrais. Aprenda uma língua, toque um instrumento, faça um exercício diferente, cozinhe.
– Desafie-o. Dê-lhe atenção, concentração e graus de dificuldade crescente. Palavras cruzadas, sudoku, jogos de tabuleiro. Não vá sempre pelo mesmo caminho.
– Recompense-o. Com atividades que lhe dão prazer, satisfação, escolhidas por você e a seu gosto.
Exercite o seu corpo
A prática de exercício físico aumenta a disponibilidade de oxigênio no nosso cérebro, reduzindo o risco de doenças como diabetes e doenças cardiovasculares, que podem provocar perda de memória. Para além disso, reduz os níveis de hormônios de “stress” – relaxa o cérebro.
Corrida, caminhada, natação, bicicleta ou outra qualquer atividade física a seu gosto. Trinta minutos sem interrupções. O número de vezes que achar melhor. Pode ser uma vez por semana. Pode ser sem competir. Se for conversar com outra pessoa ao mesmo tempo também dá, mas sem se desviar do objetivo.
De manhã, espreguice-se. No trabalho, faça uma pausa e espreguice-se. Aquilo que no ginásio chamam alongamentos. Tudo isto exercita e relaxa o cérebro.
Promova uma boa higiene do sono
A privação de sono interfere com a memória, afetando também a criatividade, a clareza do pensamento e a capacidade de resolver problemas.
Está também comprovado que é durante o sono, nomeadamente nas fases profundas do mesmo, que ocorre grande parte da consolidação da memória, o chamado “dormir sobre o assunto”. Permite formação de novas memórias e o recordar de memórias antigas.
Alimente-se de uma forma saudável e equilibrada.
Ocupe-se socialmente
Existe cada vez maior evidência de que uma vida social ativa atrasa o declínio de memória. Isto pode ser feito através de amizades sólidas e positivas, trabalho voluntário em equipe, participação em clubes sociais, ocupe-se com a companhia de um animal de estimação.
Confie na sua memória
Pessoas que não acreditam ter controle sobre a função da própria memória, têm menor probabilidade de a treinar e desenvolver, acabando por perder capacidades. Isso contribuiu para manter os mitos relativos ao envelhecimento e perda de memória.
Adeque os níveis de stress
O stress crônico está associado à destruição de células no nosso cérebro, prejudicando a formação de novas memórias e o recordar de memórias antigas.
– Estabeleça objetivos realistas (incluindo a capacidade de dizer não)
– Faça pausas ao longo do dia
– Faça um balanço adequado entre trabalho/lazer
– Dedique-se a uma tarefa de cada vez.
Fonte: http://www.saudemental.pt