A síndrome de Alice no País das Maravilhas é uma rara condição de saúde mental desorientadora que causa distúrbios perceptivos.
Outro nome para a síndrome de Alice no País das Maravilhas é síndrome de Todd. É uma condição rara que muda temporariamente a forma como o cérebro percebe as coisas.
Um psiquiatra inglês chamado John Todd nomeou a síndrome em 1955. O nome vem do livro de Lewis Carroll, Alice’s Adventures in Wonderland, no qual a protagonista, Alice, vive situações semelhantes às que ocorrem com essa condição.
A síndrome pode afetar pessoas em qualquer idade, mas pesquisas sugerem que ocorre principalmente em crianças e adolescentes.
O que é?
A síndrome de Alice no País das Maravilhas pode afetar a maneira como uma pessoa percebe:
- As coisas a sua vista
- As coisas que escuta
- As coisas que sente com o toque
- As sensações que tem
- Os horários que estão passando
As distorções visuais mais comuns são a micropsia, na qual uma pessoa vê os objetos como menores do que são, e a teleopsia, onde os objetos aparecem mais longe do que na realidade.
Existem três categorias principais da síndrome, que diferem de acordo com o tipo de transtorno perceptivo.
As categorias são:
- Tipo A, onde os transtornos são sensoriais
- Tipo B, que afeta os sentidos visuais
- Tipo C, que é uma mistura de tipos A e B
Os autores de um artigo de 2016 afirmam que o tipo A segue a definição original da Síndrome, que envolve pessoas sentindo como se suas partes do corpo fossem mudando de tamanho.
O tipo B causa mais distorções visuais do ambiente circundante.
Uma pessoa com o tipo B pode experimentar:
- Micropsia, onde objetos parecem muito pequenos
- Macropsia, onde objetos parecem muito grandes
- Metamorfopsia, onde aspectos de formas, como altura e largura, parecem imprecisos
- Pelopsia, onde os objetos parecem estarem muito perto
- Teleopsia, onde os objetos parecem estarem mais longe
Uma pessoa com a Síndrome de Alice no País das Maravilhas tipo C pode perceber tanto a imagem de seu próprio corpo quanto a de outras pessoas ou coisas ao seu redor estarem mudando.
De acordo com um estudo de 2012, há mais casos de Tipo B em indivíduos jovens e mais casos de Tipo C em adultos.
Sintomas
Os sintomas dependem do seu tipo e da pessoa que ele afeta.
Eles podem incluir:
- Imagem corporal distorcida
- Percepção alterada do tempo
- Metamorfopsia
- Percepção distorcida de tamanho
Os sintomas que acompanham um episódio podem incluir:
- Sintomas febris
- Episódios de enxaqueca
- Convulsões epilépticas que afetam apenas parte do cérebro
Causas
De acordo com uma revisão de 2016, as causas mais comuns parecem ser enxaquecas e infecções pelo vírus Epstein-Barr.
Algumas outras doenças infecciosas que podem causar a síndrome incluem:
- Vírus influenza A
- Micoplasma
- Varicela-zoster vírus
- Neuroborreliose de lyme
- Encefalopatia tifoide
- Estreptococo pyogenes, também conhecido como febre escarlate e amigdalite
Outras causas podem incluir:
- Lesões cerebrais
- Medicação
- Condições psiquiátricas
- Epilepsia
- Derrame
De acordo com um estudo de caso de 2014, tumores cerebrais podem causar episódios temporários da síndrome.
Traumatismo craniano também pode ser uma possível causa.
Tratamento e gestão
O curso do tratamento para a síndrome de Alice no País das Maravilhas depende da causa básica.
Se a enxaqueca é a fonte da condição, os médicos podem sugerir o manejo da enxaqueca através da dieta e medicamentos preventivos. No entanto, se a epilepsia está causando os sintomas, um médico pode prescrever antiepilépticos. Se uma infecção é responsável, eles podem oferecer agentes antivirais.
De acordo com uma revisão sistemática de 2016, os médicos raramente prescrevem antipsicóticos porque, apesar da natureza da síndrome, não há psicose na síndrome.
Os antipsicóticos também podem aumentar as chances de atividade epiléptica, possivelmente piorando a condição de uma pessoa.
Descanso é o principal tratamento recomendado, mas também recomenda-se entrar em grupos de terapia, para compartilhar e conhecer experiências de outras pessoas, principalmente porque essa condição pode fazer com que as pessoas fiquem, compreensivelmente, alarmadas, assustadas e com forte tendência a entrarem em pânico, se tornando paranoicas.
Diagnóstico
Não há critérios formalmente estabelecidos para o diagnóstico, e a gama de sintomas potenciais é ampla.
Ao diagnosticar a síndrome, o médico revisa os sintomas que a pessoa está experimentando de uma maneira que a ajude a se sentir confortável.
O médico pode então procurar as causas de cada sintoma e avaliar como eles se ligam.
Os testes para o diagnóstico podem incluir:
- Consulta neurológica e psiquiátrica para avaliar o estado mental
- Exames de sangue de rotina
- Ressonância magnética para fornecer uma imagem do cérebro
- Eletroencefalografia, que testa atividade elétrica no cérebro e pode ajudar médicos a identificar epilepsia
- Avaliações adicionais
Quando ver um médico
Uma pessoa deve procurar atendimento médico se estiver experimentando algum dos sintomas acima, mesmo que os episódios sejam curtos.
Um médico pode encontrar uma causa subjacente que não estava previamente clara. Identificar uma causa facilitará a redução da gravidade dos sintomas.
Como a Clínica Jequitibá pode te ajudar?
Como foi dito antes, essa síndrome pode deixar pessoas assustadas e elas podem desenvolver a síndrome do pânico e até mesmo paranoias. Sendo assim, uma pessoa com essa condição precisa de acompanhamento psicológico durante a vida e nós podemos te ajudar.
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Fonte: Medical News Today