A codependência é um comportamento aprendido que pode ser transmitido de uma geração para outra. É uma condição emocional e comportamental que afeta a capacidade do indivíduo de ter um relacionamento saudável e mutuamente satisfatório.
Também é conhecido como “vício de relacionamento” porque as pessoas com codependência geralmente formam ou mantêm relacionamentos unilaterais, emocionalmente destrutivos e/ou abusivos.
O transtorno foi identificado pela primeira vez há cerca de dez anos como resultado de anos de estudo das relações interpessoais em famílias de alcoólatras. O comportamento codependente é aprendido observando e imitando outros membros da família que exibem esse tipo de comportamento.
Quem a codependência afeta?
A codependência geralmente afeta um cônjuge, pai, irmão, amigo ou colega de trabalho de uma pessoa que sofre de dependência de álcool ou drogas.
Originalmente, codependente era um termo usado para descrever pessoas com parceiros em dependência química, mas padrões semelhantes foram observados em pessoas em relacionamentos com indivíduos com doenças crônicas ou mentais.
Hoje, no entanto, o termo se ampliou para descrever qualquer pessoa codependente de qualquer relacionamento disfuncional.
O que é um relacionamento disfuncional e como ele leva à codependência?
Um relacionamento disfuncional é aquele em que os membros sofrem de sentimentos de medo, raiva, dor ou vergonha que são ignorados ou negados. Os problemas subjacentes podem incluir qualquer um dos seguintes:
- Vício de um membro em drogas, álcool, relacionamentos, trabalho, comida, sexo ou jogos de azar
- Existência de abuso físico, emocional ou sexual
- Presença de um membro que sofre de uma doença mental ou física crônica.
Pessoas em um relacionamento disfuncional não reconhecem que existem problemas, não falam sobre eles ou os confrontam. Como resultado, os membros aprendem a reprimir as emoções e a desconsiderar suas próprias necessidades.
Eles se tornam “sobreviventes” e desenvolvem comportamentos que os ajudam a negar, ignorar ou evitar emoções difíceis.
A atenção e a energia se concentram no membro que está doente ou viciado e a pessoa codependente normalmente sacrifica suas necessidades para cuidar dessa pessoa.
Quando os codependentes colocam a saúde, o bem-estar e a segurança de outras pessoas antes dos seus, eles podem perder o contato com suas próprias necessidades, desejos e senso de identidade.
Como as pessoas codependentes se comportam?
Os codependentes têm baixa autoestima e procuram qualquer coisa fora de si para se sentirem melhor. Eles acham difícil “ser eles mesmos” e alguns tentam se sentir melhor através do álcool, drogas ou nicotina – e se tornam viciados.
Outros podem desenvolver comportamentos compulsivos como vício em trabalho, jogos de azar ou atividade sexual indiscriminada.
Eles têm boas intenções pois estão tentando cuidar de uma pessoa que está passando por dificuldades, mas esse cuidado torna-se compulsivo e derrotista. Os codependentes muitas vezes assumem o papel de mártires e tornam-se “benfeitores” de um indivíduo necessitado.
Uma esposa pode cobrir o marido alcoólatra; uma mãe pode inventar desculpas para um filho preguiçoso; ou um pai pode “puxar alguns pauzinhos” para evitar que seu filho sofra as consequências do comportamento delinquente.
O problema é que essas repetidas tentativas de resgate permitem que o indivíduo necessitado continue em um curso destrutivo e se torne ainda mais dependente do cuidado doentio do “benfeitor”.
À medida que essa confiança aumenta, o codependente desenvolve uma sensação de recompensa e satisfação por “ser necessário”.
Quando o cuidado se torna compulsivo, o codependente se sente sem escolha e desamparado no relacionamento, mas é incapaz de romper com o ciclo de comportamento que o causa. Os codependentes se veem como vítimas e são atraídos por essa mesma fraqueza nas relações amorosas e de amizade.
Características de pessoas codependentes
- Senso exagerado de responsabilidade pelas ações dos outros
- Tendência a confundir amor e pena
- Tendência a fazer mais do que sua parte, o tempo todo
- Tendência a se machucar quando as pessoas não reconhecem seus esforços
- Dependência doentia, fazendo qualquer coisa para manter um relacionamento e evitar a sensação de abandono
- Extrema necessidade de aprovação e reconhecimento
- Sentimento de culpa ao se afirmar
- Necessidade imperiosa de controlar os outros
- Falta de confiança em si mesmo e/ou nos outros
- Medo de ser abandonado ou de ficar sozinho
- Dificuldade em identificar sentimentos
- Rigidez/dificuldade de adaptação à mudança
- Problemas com intimidade/limites
- Raiva crônica
- Mentira/desonestidade
- Comunicação ruim
- Dificuldade em tomar decisões
Como é tratada a codependência?
Como a codependência geralmente está enraizada na infância de uma pessoa e, por isso, o tratamento geralmente envolve a exploração de questões da primeira infância e sua relação com os atuais padrões de comportamento destrutivo.
O tratamento inclui educação, grupos experienciais e terapia individual e em grupo através da qual os codependentes se redescobrem e identificam padrões de comportamento autodestrutivos.
O tratamento também se concentra em ajudar os pacientes a entrar em contato com sentimentos que foram enterrados durante a infância e a reconstruir a dinâmica familiar. O objetivo é permitir que eles experimentem toda a sua gama de sentimentos novamente.
Quando a codependência chega em casa
O primeiro passo para mudar o comportamento não saudável é entendê-lo. É importante que os codependentes e seus familiares se informem sobre o curso e o ciclo do vício e como ele se estende aos seus relacionamentos.
Muitas mudanças e crescimento são necessários para o codependente e sua família. Qualquer comportamento de cuidado que permita que o abuso continue na família precisa ser reconhecido e interrompido.
O codependente deve identificar e abraçar seus sentimentos e necessidades. Isso pode incluir aprender a dizer “não”, ser amoroso e duro ao mesmo tempo e aprender a ser autossuficiente. As pessoas encontram liberdade, amor e serenidade em sua recuperação.
A esperança está em aprender mais. Quanto mais você entender a codependência, melhor poderá lidar com seus efeitos.
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Fonte: Mental Health America
