Como é viver com transtorno bipolar?

Imagine acordar todos os dias sentindo-se mal, deprimido, com sensação de vazio no peito e sem vontade de sair da cama. Agora, pense que essa situação seja completamente revertida ao longo do dia, caminhando para uma euforia desmedida, que impede uma boa noite de sono, leva à atitudes impulsivas e comportamentos de raiva e irritação extrema. E após todos esses sentimentos e emoções, não saber quando a tristeza ou a euforia vai passar ou começar novamente. Essa é apenas uma das realidades e ciclos que uma pessoa que sofre com o transtorno bipolar pode enfrentar.

Um episódio depressivo bipolar, nome utilizado pelos médicos para designar os episódios de depressão do transtorno bipolar, não tem tempo limitado e podem durar dias, semanas ou meses, dependendo sempre do grau e intensidade da patologia, já que a depressão bipolar pode variar de pessoa para pessoa.

Além disso, os momentos de euforia podem levar o indivíduo a ter alteração do sono, perda do senso crítico e comportamentos compulsivos como comprar demais, consumir álcool e drogas, ser muito ou pouco proativo e gerar outros problemas psiquiátricos, como a ansiedade.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, de médio a longo prazo, a condição fica mais grave, as crises mais frequentes e fortes e os portadores respondem cada vez menos à medicação.

Os altos e baixos do transtorno bipolar são muito mais desgastantes do que se imagina e podem causar danos não só a saúde mental, como também à função cerebral do portador(1).

Durante esse período de isolamento social da quarentena, em função da pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), percebe-se um aumento da preocupação com a saúde mental das pessoas. Por isso, estão sendo cada vez mais difundidas dicas de hábitos e cuidados diários para controlar o estresse, a ansiedade e a apreensão gerados pelo momento atual. No entanto, a solução não é tão simples para quem já sofre de transtornos psiquiátricos, como os pacientes com transtorno bipolar.

Esse grupo específico de pessoas não apenas é mais suscetível a desenvolver reações negativas pelos estímulos mentais provocados em situações atípicas como a atual, mas também pela diminuição do contato com profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. Para os pacientes em questão, bem como para indivíduos que sofrem de outros transtornos psiquiátricos, manter as orientações fornecidas e os tratamentos propostos por esses especialistas é crucial para que os sintomas sejam mantidos sob controle.

Durante a quarentena, o paciente com transtorno bipolar pode ser duplamente impactado pela pressão psicológica de uma quarentena. Na fase depressiva, pode parar de se cuidar, não seguindo recomendações de higiene, como lavar as mãos, usar álcool em gel, máscaras e luvas quando necessário, aumentando as chances de contágio. Na fase eufórica, por outro lado, o paciente pode adotar um comportamento mais impulsivo, ignorando a prudência necessária e, por isso, também aumentando suas chances de contágio.

Com o suporte dos profissionais de saúde e de pessoas próximas e com o uso adequado de medicamentos, fica mais fácil reagir bem à tensão do isolamento e entender que de nada adianta se desesperar neste momento (algo que costuma ser bem assimilado por quem não sofre com transtornos mentais, porém que pode ser bem mais difícil para pacientes com esse tipo de doença). Sem tratamento, a tendência é que as emoções do paciente se descontrolem e aumentem, em um efeito “bola de neve”.

A manutenção do tratamento adequado também permite que o paciente tenha motivação para se ajudar, buscando adotar em sua rotina hábitos e práticas saudáveis para o corpo e para a mente. Ter uma alimentação balanceada e nutritiva, não fumar, não usar drogas e nem ingerir bebidas alcoólicas são alguns exemplos importantes.

A Clínica Jequitibá Saúde Mental tem uma equipe multiprofissional capacitada para um diagnóstico preciso e para a determinação de um tratamento individualizado para você ou para seu ente querido. E como o transtorno bipolar pode causar sérios transtornos e criar uma situação familiar intensamente estressante, os membros da família também podem se beneficiar de nossos recursos profissionais.

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Fonte: (1) http://estanahoradefalar.com.br/2018/06/06/viver-com-depressao-bipolar/

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