Câncer da mama e a luta de prevenção contra os pensamentos negativos
A campanha Outubro Rosa foi criada para conscientizar as mulheres de todo o mundo sobre a importância da prevenção do câncer de mama. Entre as consequências da doença, podemos destacar aqueles relacionados à saúde mental e os inumeráveis desafios emocionais e físicos impostos à pessoa, já que o seu diagnóstico naturalmente instiga medo, preocupação, ansiedade e tristeza.
É normal sentir-se preocupada, triste, com medo ou até com raiva depois de ser diagnosticada com câncer. Alguns tratamentos para o câncer também podem afetar seus sentimentos ou dificultar a concentração ou a lembrança das coisas.
Origem da campanha Outubro Rosa
Em outubro, o Brasil e organizações internacionais se unem para compartilhar informações sobre o câncer de mama e incentivar as mulheres a procurarem atendimento médico antes mesmo dos primeiros sintomas aparecerem.
A campanha surgiu nos Estados Unidos, onde os estados se organizaram para a promoção de ações sobre a doença, porém não havia um período concreto para difundir o tema. Em pouco tempo, o Congresso Americano aprovou que o mês de outubro se tornasse referência na luta contra o câncer de mama.
O movimento tomou força, sendo chamado de Outubro Rosa no ano de 1990, em um evento chamado “Corrida Pela Cura”, que aconteceu em Nova Iorque, para arrecadar fundos para a pesquisa realizada pela instituição Susan G. Komen Breast Cancer Foundation.
O que ocorre durante o diagnóstico de câncer de mama?
Para muitas mulheres, receber um diagnóstico de câncer pode ser devastador e impactante, o que afeta muito sua saúde mental, provocando múltiplos pensamentos sobre sua saúde física e uma mudança radical em sua vida.
São momentos de extrema fragilidade emocional, podendo até gerar uma depressão e, nestas circunstâncias, o apoio das pessoas mais próximas e de um bom profissional são fundamentais. É também um bom momento para entender que os cuidados com a saúde mental são tão importantes quanto cuidar da saúde física, durante e após o tratamento do câncer.
O câncer de mama pode causar depressão?
O câncer de mama não é conhecido por causar depressão diretamente. No entanto, gerenciar um diagnóstico de câncer de mama, além de seus tratamentos, pode atrapalhar seu bem-estar emocional e de saúde mental podendo levar a pessoa a sofrer com depressão, ansiedade, estresse e problemas para dormir, além de dificuldades com o pensamento e o aprendizado. A pessoa pode ter dificuldade em aprender novos fatos ou habilidades, se concentrar ou lembrar de coisas durante e após o tratamento.
Estudos descobriram que as taxas de depressão são altas em pacientes com câncer de mama. Uma meta-análise realizada em 2019 descobriu que a prevalência global de depressão em pessoas com câncer de mama é de 32%.
É importante falar de isso – mesmo que seja difícil de falar.
Muitas vezes, a pessoa diagnosticada com câncer pode sentir que é muito difícil falar sobre problemas de saúde mental ou pode se sentir desconfortável ao falar sobre suas lutas, uma vez que julga que deveria ser “Forte” ou “Corajosa” e guardar isso para si mesmo.
Ninguém está errado por se sentir de uma forma ou de outra, mas é importante entender que compartilhar como você está se sentindo mentalmente é tão importante quanto compartilhar como você se sente fisicamente. Converse com seu médico sobre como você está se sentindo emocionalmente.
Grupos de apoio para sobreviventes de câncer podem ser lugares úteis onde a pessoa diagnosticada pode conversar com outras pessoas com experiências semelhantes.
A ansiedade e o estresse podem causar câncer?
Mais estudos são necessários para entender a relação entre ansiedade, estresse e câncer. Até agora, não há evidências claras de que o câncer de mama seja causado por esses fatores. No entanto, o estresse e a ansiedade podem ter um impacto negativo na saúde geral e no bem-estar psicológico se não forem gerenciados.
O estresse crônico está associado a um golpe na sua defesa imunológica. Um pensamento que está sendo estudado é que um sistema imunológico enfraquecido cria um ambiente onde o câncer pode crescer.
Outra consideração sob investigação é que o estresse crônico resulta em comportamentos não saudáveis, como aumento do uso de álcool, tabagismo, hábitos alimentares não saudáveis, que estão vinculados a um risco aumentado de desenvolver câncer.
O estresse e a ansiedade podem fazer com que o câncer se espalhe mais rápido?
Não há informações científicas fortes o suficiente para apoiar que o estresse ou a ansiedade por si só façam com que o câncer viaje em um ritmo mais rápido.
Mais estudos são necessários, mas é uma boa notícia que nenhuma ligação clara foi encontrada. O câncer é estressante o suficiente sem ter que se preocupar que o estresse da preocupação esteja fazendo seu câncer crescer mais rápido.
Quais são as fases emocionais?
Uma gama de emoções pode ser experimentada ao se ajustar a um diagnóstico de câncer. A resposta de cada pessoa é única, mas algumas podem experimentar estágios de luto em algum momento de sua jornada.
Os estágios do luto são frequentemente associados à morte, mas também podem ser aplicados quando alguém experimenta uma perda extrema, como um diagnóstico de câncer.
Os estágios são:
- Negação
- Raiva
- Barganha (troca)
- Tristeza ou depressão
- Aceitação
As emoções que as pessoas com câncer sentem não se limitam a cinco, mas conhecer o ciclo associado ao luto pode ser útil em sua jornada.
O que é a raiva da quimioterapia?
Uma mudança na personalidade durante o tratamento do câncer -como a quimioterapia – marcada por raiva repentina, irritabilidade ou comportamento errático é frequentemente chamada de “raiva da quimioterapia”.
Isso pode ser resultado de vários fatores, mas a razão por trás da condição descrita geralmente está ligada aos esteroides usados para apoiar o tratamento quimioterápico.
Se você tiver mudanças inesperadas de personalidade durante o tratamento, é importante discuti-las com sua equipe de atendimento para que você possa obter uma avaliação adequada e discutir suas opções.
Você pode fazer algo sobre isso para melhorar sua saúde mental?
Lidar com uma condição de saúde grave é muito mais fácil quando se aceita conviver com ela. Por isso você pode melhorar fazendo o seguinte:
- Aceitando a sua condição de saúde
- Mantendo a sua rotina normal
- Fazendo o necessário para sentir bem e bonita
- Buscando apoio de quem está próximo
Você pode ajudar, mas a vontade de ajudar pode ser tanta que gera algum incômodo.
Mas você pode:
- Ser ouvido e companheiro (a)
- Incentivar a pessoa a buscar ajuda profissional
- Convidá-la para programas onde ela se sinta incluída e amada
- Ajudar e acompanhar com a rotina durante seu tratamento de quimioterapia.
Que mais posso fazer para gerenciar minha saúde mental?
Faça questão de ver, sentir e ouvir a natureza. Se todos os três não são uma opção, mesmo um pode ajudar a melhorar seu humor. Se você não pode sair, mas tem acesso à internet, procure sons da natureza, feche os olhos, respire fundo e ouça.
Um diário também pode ajudar a diminuir sentimentos de estresse e tristeza. Escrever seus sentimentos pode ajudar a dar a você um espaço para reflexão e ajudar a gerenciar seus pensamentos.
Reconhecer seus sentimentos e praticar a meditação também podem ser ferramentas poderosas para o seu bem-estar.
Uma abordagem pode funcionar melhor do que outra. Há muitas maneiras de tentar reduzir os níveis de estresse e sentimentos negativos.
Lembre-se, a Clínica Jequitibá Saúde Mental tem uma equipe multidisciplinar preparada para te ajudar a gerenciar sua saúde mental desde os primeiros sintomas. Não tenha medo de falar com nossa equipe para que possamos avaliar e monitorar as mudanças em sua saúde mental. Podemos ajudar a abordar as preocupações por meio de terapia de conversação, intervenções de relaxamento, medicação, e exercícios para mantê-lo o mais saudável possível durante esse período de incerteza e mudança. Agende um horário.
