O primeiro pensamento após a notícia do desemprego é “O que vou fazer agora”

O desemprego e a saúde mental

O desemprego e a saúde mental

O desemprego se tornou um problema para muitos brasileiros neste ano. O índice de pessoas que perderam seus empregos cresceu 27,6% em somente quatro meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Devido à pandemia da COVID-19, centenas de empresas dispensaram funcionários para continuarem em operação. É uma situação complicada em que ambos os lados foram atingidos por circunstâncias anormais.

É esperado que uma demissão repentina mexa com as pessoas. Afinal, contavam com um salário para se sustentar e, em muitos casos, prover a família inteira. A ausência de recursos para se manter pode ser desesperadora, especialmente durante uma pandemia.

Entretanto, os melhores caminhos para se tomar nesta situação são o da calma e da perseverança. Vamos ajudar você a encontrá-los!

 

Como reagir ao desemprego?

O desemprego não é agradável para ninguém. Ao receber a notícia da demissão, o primeiro pensamento da maioria dos profissionais costuma ser “o que vou fazer agora?”

Este pode ser acompanhado ou não de muita ansiedade. Pessoas que não possuem uma condição financeira satisfatória, mesmo com a antiga renda do trabalho, tendem a se desesperar mais rapidamente.

Além das preocupações típicas com a sobrevivência, a demissão é uma ruptura. Um indivíduo com compromissos diários e metas profissionais subitamente se vê sem um objetivo para direcionar suas ambições.

Essa quebra pode levá-lo a repensar sua carreira e até mesmo duvidar de sua capacidade. Logo, o profissional pode sentir raiva, tristeza, angústia, ansiedade, incerteza, pânico e estresse.

Uma série de emoções que dificulta a sua aceitação e convivência com a realidade do desemprego.

Por mais que seja desafiador mudar a perspectiva sobre essa situação, principalmente dependendo da sua condição financeira e modo de vida, é mais produtivo você enxergá-la com um olhar mais “tranquilo“.

Permita-se ficar de “luto”

Você pode ficar triste e abalado, é claro. Pode até sentir raiva ou uma sensação de vazio nos primeiros dias em casa.

É importante sentir todas as emoções que resultarem da demissão de forma genuína.

O desligamento de uma empresa pode despertar sentimentos semelhantes ao luto, pois também é o fim de um ciclo da sua vida.

Mantenha as pessoas importantes por perto

A vergonha e a tristeza podem fazer com que você sinta vontade de se isolar dos amigos e familiares, escondendo como realmente se sente.

Mas desabafar com pessoas de confiança é importante para a sua saúde mental. Elas podem ajudá-lo a se sentir bem através de interações divertidas e espirituosas!

Combata a inação do desemprego com uma conduta otimista

Embora seja difícil manter o bom humor o tempo inteiro, é preciso se esforçar para afastar sentimentos e pensamentos negativos nas semanas e meses posteriores a demissão.

O desânimo e a preguiça podem se instalar e até levá-lo à depressão.

Para sentir-se melhor, procure cultivar emoções boas através do autocuidado, agradecer pelos anos de aprendizado e crescimento profissional e focar na busca por outra oportunidade de trabalho.

Você pode utilizar algumas técnicas para compreender e gerir seus sentimentos

Em vez de se lamentar ou se vitimizar, experimente escrever sobre as suas emoções e praticar o diálogo interno positivo.

Encontre novas maneiras de identificação

O trabalho costuma moldar a identidade das pessoas. Elas costumam se definir por meio de suas funções na empresa ou profissões em vez de traços de personalidade.

É por isso que o desemprego pode afetar diretamente a nossa autopercepção e até causar uma crise existencial.

Se você se sentir perdido ou passar a questionar a sua identidade e capacidade profissional, busque atividades que lhe darão um senso de propósito.

Cursos, especializações, hobbies, formas de expressão criativas (artes, música, dança) ou voluntariado são algumas opções.

Dessa forma, você combate pensamentos intrusivos e se mantém na ativa, exercitando o cérebro em um período de inação.

 

6 atitudes para conseguir uma nova posição após o desemprego

Se reinventar após o desemprego é uma das atitudes que ajuda a enfrentar com serenidade este momento difícil

O desemprego também pode ser uma oportunidade para você se conectar consigo mesmo e alinhar os seus objetivos profissionais com a sua realidade.

Para se preparar para uma recolocação com tranquilidade, confira as dicas abaixo!

Ser persistente

É comum não receber respostas positivas (ou quaisquer respostas) enquanto procura por um emprego novo. Com o alto índice de desemprego no Brasil, a competição por vagas está acirrada. A falta de respostas pode desanimar, mas não desista!

A recolocação profissional pode demorar mais do que você imaginava, porém, com perseverança, você encontrará uma vaga de emprego.

Para aumentar as suas chances de encontrar uma boa oportunidade, tenha uma rotina diária para buscar vagas. Acesse sites de vagas diariamente, atualize os seus perfis nas redes sociais, principalmente o LinkedIn, e pesquise sobre empresas nas quais adoraria trabalhar.

Enquanto a resposta positiva não aparecer, você também pode trabalhar a sua criatividade para chamar a atenção dos empregadores e criar uma imagem profissional atraente. Pesquise sobre a criação de portfólios e de currículos criativos para se inspirar.

Trabalhar a flexibilidade

A vaga ideal, conforme idealizada em sua mente, pode não aparecer. Para suprir as suas necessidades básicas e complementar a renda de casa, talvez você precise encontrar maneiras alternativas de ganhar dinheiro.

Por exemplo, vender sobremesas e lanches produzidos por você (muitas pessoas criaram um negócio próprio a partir disso), aceitar trabalhos freelancers ou fazer bicos de motorista de aplicativos são opções.

Esses trabalhos podem estar longe das suas aspirações profissionais ou serem o oposto da última função desempenhada, mas podem ajudá-lo em um momento de necessidade.

A questão é ter flexibilidade e não escolher muito. Mais oportunidades costumam aparecer quando você encontra a primeira, mas, para isso, você precisará aceitá-la, mesmo que signifique se afastar das suas ambições de carreira por um momento.

Aproveite para desenvolver a sua capacidade de adaptação, uma competência que revela maturidade e inteligência emocional, além de ser muito útil para superar adversidades.

Pedir ajuda quando necessário

Pedir ajuda também é uma maneira de potencializar a sua capacidade de ser flexível.

Muitas pessoas têm vergonha ou são orgulhosas demais para pedir ajuda aos amigos e conhecidos enquanto buscam por um novo emprego.

Não há nada de errado em avisar os colegas de profissão que está em busca de uma oportunidade de trabalho ou entrar em grupos do WhatsApp e do Facebook para conferir as últimas vagas da sua área.

A vida já tende a ser complicada quando compartilhamos os problemas diários com pessoas próximas, imagine, então, quando carregamos todos os impasses em nossas costas, sem ajuda de ninguém!

Permita-se precisar dos outros, especialmente dos entes queridos que se preocupam com você e o amam.

Enriquecer o CV

O período de desemprego pode ser muito bem aproveitado para fazer capacitações e cursos. Eles não precisam ser necessariamente voltados para a sua área.

Pode não haver nada interessante disponível no momento ou que corresponda ao seu orçamento.

Você pode aproveitar o tempo para aprender o básico de outro idioma, ler sobre as últimas tendências do seu campo de atuação ou descobrir tudo sobre as novas tecnologias e como elas podem ajudá-lo a se destacar como candidato a uma vaga.

Há dezenas de cursos gratuitos sobre as mais diversas competências e habilidades do futuro que podem ajudá-lo a conquistar a próxima vaga.

Manter uma postura positiva durante o período de desemprego

Novamente, ressalta-se a importância de manter uma perspectiva otimista.

Mas como fazer isso quando você não consegue encontrar um emprego ou uma vaga interessante para a sua carreira profissional? Como afastar a preguiça e a tristeza que podem consumir durante os muitos dias em casa?

Há algumas formas de fazer isso.

A primeira é praticar a gratidão, agradecendo por todas as coisas boas em sua vida e pela experiência de trabalho, mesmo que ela tenha chegado ao fim.

A gratidão modifica o foco para os aspectos positivos, estimulando a produção de hormônios “do bem”, como a ocitocina, e produzindo uma sensação de bem-estar.

Outra maneira é focar nas oportunidades. Enumere as possibilidades que você pode abraçar nessa nova fase da sua vida e como fazer isso por meio de ações simples, como mandar um determinado número de currículos por dia.

Se a sua primeira estratégia (ou segunda, terceira, quarta…) não trouxe os resultados desejados, analise-a e modifique aspectos que podem ser melhorados. Você não precisa necessariamente fazer mais, mas sim, melhorar o que já está fazendo.

Por fim, não passe o dia inteiro pensando sobre o desemprego ou buscando vagas de emprego. Descanse, assista TV, leia, converse com os amigos, cozinhe algo gostoso, faça exercícios físicos e procure preencher o tempo livre com atividades divertidas.

Buscar ajuda profissional 

A psicoterapia pode ser muito útil para ajudá-lo a lidar com o desemprego, além de identificar e potencializar os seus talentos naturais.

A elevação da autoestima e o fortalecimento da autoconfiança são objetivos comuns da terapia.

Você pode não conseguir ver os seus atributos positivos, então, o psicólogo pode ajudá-lo a colocá-los em evidência.

 

Texto de Tatiana Pimenta, disponível em www.vittude.com

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