Ter um bebê é um grande evento de vida, mas tanto as mães quanto os pais podem experimentar sentimentos conflitantes e desenvolver uma depressão pós-parto. Continue lendo para saber mais.
É normal experimentar uma série de emoções fortes e alegres durante a gravidez e após o parto: excitação, alegria e ansiedade. Mas você também pode se sentir deprimido. Não é um sinal de fraqueza ou algo para se sentir culpado: você pode estar sofrendo com a depressão pós-parto ou simplesmente com o que chamamos “baby blues”. Com apoio e tratamento, você pode melhorar.
Baby blues é um quadro de disforia com alterações de humor, com momentos de alegria seguidos de tristeza. Ele é marcado por certa melancolia e pela sensação de incapacidade ou medo de não saber ou não conseguir cuidar do bebê. Não é uma doença e regride sozinho, após um período de adaptação às novas rotinas. Muitos dos sintomas acontecem devido à falta de sono e a exaustão.
Já a depressão é considerada um quadro grave de tristeza que pode trazer pensamentos suicidas ou homicidas e ocasionar doenças psicossomáticas. E, ao contrário do baby blues, não se trata de um quadro benigno e requer tratamento ou intervenção, pois pode colocar a vida da própria pessoa ou a de seu bebê em risco.
Pode ser difícil falar sobre como você está se sentindo. Você pode sentir que as pessoas esperam que você seja feliz ou se preocupe por ser um pai ou uma mãe ruim se contar a alguém que está deprimido. Lembre-se de que a depressão pós-parto pode acontecer com qualquer pessoa e não é sua culpa. Nunca é cedo ou tarde demais para obter ajuda.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da depressão pós-parto são semelhantes aos sintomas da depressão. Eles incluem:
- Sentir-se triste ou “para baixo”
- Ser incapaz de desfrutar coisas que normalmente lhe trazem prazer
- Cansaço ou perda de energia
- Falta de concentração ou atenção
- Baixa autoestima e autoconfiança
- Sono perturbado, mesmo quando seu bebê está dormindo
- Alterações no apetite
Além desses, você também pode:
- Se sentir separado de seu bebê ou parceiro.
- Você pode até ter pensamentos de machucar a si mesmo ou ao seu bebê.
Pode ser muito assustador ter pensamentos de prejudicar seu bebê, mas lembre-se, isso não significa que você realmente vai machucá-lo. O ideal é que você fale o quanto antes com alguém sobre seus pensamentos e sentimentos – pode ser com um amigo, parente ou médico – para obter a ajuda necessária.
Os parceiros podem ter depressão pós-parto?
Apenas as pessoas que deram à luz no último ano podem ser formalmente diagnosticadas com depressão pós-parto, mas as evidências sugerem que os parceiros também podem sofrer de ansiedade ou depressão.
Esta é uma grande mudança de vida para eles também, e lidar com a falta de sono, responsabilidades domésticas extras e preocupações financeiras, por exemplo, pode ser muito difícil. Além disso, os pais podem se sentir culpados pelo que sua parceira está passando, sabendo que não são eles que estão amamentando às 3 da manhã ou se recuperando do trabalho de parto.
Depressão pós-parto que os homens sentem?
O número de homens que ficam deprimidos no primeiro ano depois de se tornarem pai é o dobro da população em geral. Os pais de primeira viagem são particularmente vulneráveis: um em cada dez futuros pais poderá ficar deprimido durante ou após a gravidez da parceira.
Se um dos dois está passando por dificuldades emocionais ou de saúde mental, é mais provável que o outro também esteja. Dos pais com parceiros deprimidos, 24% a 50% sofrem de depressão.
A depressão pós-parto em homens muitas vezes não é diagnosticada
O pico de depressão pós-parto em homens é de três a seis meses após o nascimento. Tal como acontece com a depressão pós-parto em mães, muitas vezes não é diagnosticada. Os sintomas podem se parecer muito com o estresse diário de ter um recém-nascido.
A depressão pós-parto em pais pode se manifestar de diferentes maneiras
Os sintomas podem incluir:
- Medo, confusão, desamparo e incerteza sobre o futuro
- Afastamento da vida familiar, trabalho e situações sociais
- Indecisão
- Frustração, irritabilidade, cinismo e raiva
- Conflito conjugal
- Violência do parceiro
- Comportamentos parentais negativos
- Uso de álcool e drogas
- Insônia
- Sintomas físicos como indigestão, alterações no apetite e no peso, diarreia, prisão de ventre, dores de cabeça, dores de dentes e náuseas.
A depressão pós-parto em pais pode afetar seus relacionamentos?
A depressão pós-parto em pais pode afetar seu relacionamento com a mãe do bebê. Também pode afetar o relacionamento que eles têm com seus filhos. Eles podem brincar e se envolver menos com seus filhos e falar mais negativamente sobre e com eles. Eles podem cantar e ler menos para seus filhos, e podem discipliná-los com mais severidade.
O que causa a depressão pós-parto nas mães?
Há muitas razões pelas quais alguém pode desenvolver depressão pós-parto. Estas incluem:
- Problemas de saúde mental anteriores
- Alterações hormonais durante e após a gravidez
- Circunstâncias como, por exemplo: falta de apoio social, condições de vida estressantes, perda de emprego, luto
- Experiências de infância como abuso, negligência ou trauma. Isso pode dificultar o relacionamento com outras pessoas, incluindo seu bebê, ou fazer duvidar de suas habilidades como pais
- Violência doméstica ou outros abusos
- Baixa autoestima
Para muitas pessoas, uma combinação de fatores causa a depressão pós-parto.
Se já teve problemas de saúde mental no passado, informe o seu médico de família, assistente de saúde e/ou parteira. Eles podem apoiá-lo durante e após a gravidez.
Procure suporte
Estar deprimido não significa que você é um pai ou mãe ruim ou que está enlouquecendo. Algumas pessoas temem que isso signifique que seu bebê será tirado delas.
Lembre-se de que pedir ajuda significa que você está fazendo o melhor para o seu bebê: é uma boa paternidade. Os profissionais de saúde poderão te apoiar para que possa cuidar do seu bebé. As crianças só precisam ser atendidas em circunstâncias muito excepcionais.
Se tiver sintomas de depressão pós-parto, fale com o seu médico de família ou assistente de saúde. Nunca é tarde para procurar ajuda: você pode se sentir melhor mesmo tendo sintomas há muito tempo.
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