O Transtorno afetivo bipolar (TAB ou TB) ou Transtorno bipolar do humor é uma doença mental grave que afeta cerca de 1% da população (as formas mais leves podem chegar a atingir 6% da população). A doença ocupa o sexto lugar entre as causas principais de incapacidade no mundo.
O TB é caracterizado por episódios de mania (euforia) que se alternam com episódios depressivos. As causas ainda permanecem indeterminadas, porém as pesquisas na área consideram a genética como apresentando uma forte influência.
Embora a ocorrência seja menor que em pacientes jovens, há incidência de TB na terceira idade. Além disso, o fator genético tem maior influência em mulheres.
Os principais Transtornos de Humor descritos são:
- Transtornos Depressivos Unipolares (que como o próprio nome diz, são caracterizados por sintomas exclusivamente depressivos).
- Transtornos Bipolares (episódios de euforia – representados por mania ou hipomania ou estados mistos – intercalados com episódios depressivos maiores).
Os Transtornos Bipolares podem ser classificados, de forma sintética, em:
- Transtorno Bipolar tipo I (um ou mais episódios maníacos ou mistos acompanhados de episódios depressivos),
- Transtorno Bipolar tipo II (um ou mais episódios depressivos maiores acompanhados por pelo menos um episódio maníaco)
- Transtorno Ciclotímico (oscilação do humor, durante pelo menos 2 anos, caracterizado por vários períodos de hipomania e numerosos períodos de sintomas depressivos).
O quadro clínico do TB em idosos não apresenta grandes diferenças com o quadro clínico dos adultos jovens, mas convém salientar que elas existem e estão ligadas, fundamentalmente:
- aos sintomas maníacos (de menor intensidade nos idosos),
- aos aspectos cognitivos e neuropsicológicos (devem ser avaliados com cautela, diferenciando-os dos processos demenciais),
- às comorbidades (elas são bastante comuns nos idosos e agravam, às vezes, o TB),
- à mortalidade (é maior nos idosos).
Em linhas gerais são descritos, abaixo, os sintomas de cada um dos quadros que fazem parte do TB:
Mania:
- O humor é anormal, expansivo, eufórico ou irritável. O indivíduo apresenta um bem-estar exagerado, com muita alegria e, ao mesmo tempo, impaciência e sensação de “pavio curto”.
- Há um aumento da atividade mental e/ou física e da impulsividade.
- O indivíduo é hiperativo, produzindo várias coisas ao mesmo tempo, e não necessita de muitas horas de sono. Fala exageradamente, mostrando um pensamento acelerado. Sua autoestima é inflada, com ideias de grandeza, poder e riqueza.
- Faz gastos excessivos que fogem do seu controle.
- Aumento da libido e de condutas inadequadas na área sexual (menor nos idosos). Não apresenta autocrítica do seu estado e, em geral, não se considera doente, negando-se a fazer tratamento.
- Nos casos mais graves pode apresentar fuga de ideias, agitação psicomotora, agressividade, delírios e alucinações (sintomas psicóticos), que exigem hospitalização (nos idosos a fuga de ideias e a agitação psicomotora são menos frequentes).
Hipomania:
- É um quadro mais leve de mania e os sintomas não chegam a causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional do indivíduo.
- Não acontecem sintomas psicóticos e nem a necessidade de internação hospitalar.
Estados Mistos:
- Compreendem uma mescla de sintomas maníacos e depressivos. O indivíduo pode, por exemplo, sentir-se angustiado, deprimido, mas com o pensamento acelerado e agitação interna.
- Há autores que enfatizam que os estados mistos ocorrem em menor proporção nos idosos cujo primeiro episódio é de início tardio, isto é, após os 60 anos e a característica mais comum é a mania disfórica.
Depressão Bipolar:
- Os sintomas são, particularmente, semelhantes à depressão unipolar: humor deprimido ou irritável ou perda de interesse ou prazer.
- Pessimismo e desesperança pela vida, bem como um vazio existencial, angústia e choro fácil.
- Esquecimentos, prejuízo na capacidade de pensar e concentrar-se.
- Retardo ou agitação psicomotora, cansaço, fadiga, diminuição da energia.
- Aumento ou diminuição do apetite, perturbações no ciclo sono-vigília, diminuição da libido, dores generalizadas (mais comuns nos idosos).
- Ideias negativas recorrentes, que podem levar à tentativa(s) de suicídio.
Tratamento
Os princípios gerais são semelhantes àqueles para adultos jovens, mas as doses dos medicamentos devem ser, em geral, mais baixas. Os idosos são mais sensíveis a efeitos colaterais e têm mais probabilidade de desenvolver prejuízo cognitivo com certas medicações.
Além disso, costumam fazer uso de polifarmácia, em razão de comorbidades, e todos os cuidados devem ser tomados na administração desses medicamentos e suas respectivas doses.
Alguns deles podem, inclusive, aumentar o risco de quedas, promover diminuição do sódio no sangue, impregnação, intoxicação e outros problemas, razão pela qual os idosos devem ser monitorados durante todo o tratamento.
Como a Clínica Jequitibá Saúde Mental pode ajudar
O transtorno bipolar tem tratamento. A combinação de terapia (psicoterapia) e medicação é frequentemente usada para gerenciar o transtorno ao longo do tempo.
Na Clínica Jequitibá Saúde Mental o tratamento é individualizado, pois cada pessoa responde de maneira diferente e por isso, às vezes, pessoas com transtorno bipolar precisam tentar variados tipos de medicações e terapias antes de descobrir o que realmente funciona para elas.
Medicamentos conhecidos como “estabilizadores de humor” são o tipo mais comumente prescrito para o tratamento do transtorno, assim como anticonvulsivos. Na psicoterapia, o indivíduo pode trabalhar com um psiquiatra ou outro profissional de saúde mental para resolver problemas, entender melhor a doença e reconstruir relacionamentos. Como o transtorno bipolar é uma doença recorrente, ou seja, pode voltar, o tratamento preventivo contínuo é recomendado.
O transtorno bipolar pode causar sérios transtornos e criar uma situação familiar intensamente estressante e, dessa forma, os membros da família também podem se beneficiar de recursos profissionais, particularmente de defesa da saúde mental e de grupos de apoio. A partir dessas fontes, as famílias podem aprender estratégias para ajudar no tratamento.
Fonte: TRANSTORNOS MENTAIS EM IDOSOS (escolaeducacao.com.br)